LIMITES E LIMIARES DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: PRÁTICAS EDUCATIVAS E DIFERENÇAS (INTER)CULTURAIS

Resumo

O texto reflete sobre algumas concepções de práticas educativas e diferenças culturais, e traz como base teórica os princípios da abordagem intercultural como uma proposta problematizadora/questionadora de processos educacionais arraigados, homogeneizadores, de modelo etinocêntrico, no trato das diferenças, e necessária para promover a humanização que a modernidade fez desaparecer. Para tanto, utiliza-se das narrativas orais de estudantes protagonistas do movimento secundarista das ocupações das escolas públicas no Brasil como dispositivo para coleta de informações, tendo em vista que tais narrativas nos provocam a refletir sobre escola como espaço sociocultural, especialmente sobre as práticas educativas presentes na escola pública no contexto contemporâneo, frente às questões das diferenças. A primeira seção discute e reflete sobre as práticas educativas e as diferenças culturais, a partir de um breve panorama histórico-sociocultural brasileiro, com base teórica na interculturalidade; a segunda traz uma análise interpretativa-compreensiva possível dos excertos narrativos dos(as) estudantes protagonistas no movimento das “ocupações” das escolas públicas no Brasil, buscando refletir sobre os que “eles nos dizem” sobre a escola, em especial sobre as práticas educativas presentes no cotidiano das escolas públicas e as ocorridas no contexto das ocupações; por fim, as considerações (in)conclusas. As narrativas estudantis desvelaram não apenas as (in)consistências da dinâmica educativa presentes no cotidiano das escolas públicas brasileiras, como apontam mudanças viáveis e necessárias nas práticas educativas que chegam ao chão da escola pública na contemporaneidade, em especial sobre o olhar para às questões das diferenças culturais.